domingo, 2 de outubro de 2016

A MÃE DO OURO - I

(Fatos verídicos)


                                   Desde a minha mais tenra infância minha mãe, meus tios e meus avós contavam histórias acerca de fenômenos luminosos que aconteciam no Bairro dos Tocos (situado entre o Bairro da Beleza e o Bairro da Paciência), no Município de Cristina-MG, terra da minha família materna.


                                   Segundo me contavam minha mãe, tios e avós maternos, bolas de fogo voavam baixo no céu e caiam sobre uma laje de pedra no meio do ribeirão, a uns cinqüenta metros da casa dos meus avós. Também era comum se ouvirem conversas e ruídos como o barulho semelhante ao socar de um pilão, além de círculos luminosos sobre a referida pedra (a revista “Planeta” número 64, de janeiro de 1.978, publicou um relato meu sobre tais eventos). Todavia, referida laje de pedra acabou partindo-se ao meio, e, a partir de então, os fenômenos cessaram naquele local.


                                   Porém, não se extinguiram, posto que os mesmos fenômenos passaram a se verificar numa cachoeira situada uns três quilômetros rio acima, conforme atestavam inúmeras pessoas do bairro, cuja idoneidade sempre foi inatacada, dentre os quais alguns tios e primos.


                                   Intrigado com tais fenômenos, e curioso por constatá-los pessoalmente, convidei dois amigos do Tiro de Guerra e partimos de trem até Cristina-MG, em dezembro de 1.977. Da cidade até o Bairro dos Tocos, naquele município, seguimos a pé por aproximadamente quatorze quilômetros.


                                   Armamos as barracas e acampamos no interior de um pequeno bosque, a uns cem metros da belíssima cachoeira. Jantamos feijoada em lata com pão, conversamos até por volta de umas 21:00 horas e, cansados da caminhada, fomos dormir. Na manhã seguinte um dos companheiros de jornada nos informou em pânico que uma bola de luz azulada, do tamanho de uma laranja, havia circundado a nossa barraca duas vezes e que ele havia tentado nos acordar, mas não obteve sucesso, pois eu e o outro colega aparentávamos estar desmaiados.


                                   Todos nós retornamos para Ouro Fino-MG intrigados. Então planejamos retornar ao mesmo local uma semana depois e ali pernoitar novamente, mas o colega que teve a visão da luz se recusou a acompanhar-nos outra vez, de forma que foi substituído na segunda expedição pelo irmão do outro colega de Tiro de Guerra. 


                                   Repetiram-se a viagem de trem, a caminhada, a montagem das barracas e o mesmo jantar. Fomos dormir aproximadamente no mesmo horário, tomando o cuidado de revisar as armas e posicioná-las em local de fácil alcance, já que o local sempre foi freqüentado por lobos e é, até hoje, passagem de onças. O armamento da primeira expedição fora reforçado ainda mais na segunda. Ao contrário da semana anterior, dessa vez chovia sem parar.


                                   Na manhã seguinte o outro colega de Tiro de Guerra nos relata com espanto que, após dormir um certo tempo, acordou com a floresta toda iluminada, “parecendo uma catedral” e que ouviu ruídos estranhos, mas igualmente não conseguiu acordar nenhum de nós. Afirmou que chegou a chutar a mim e ao seu irmão em várias partes do corpo para nos acordar, mas não conseguiu, pois parecíamos estar desmaiados. Convém destacar que ele, assim como nós, estava calçado de coturno.


                                   Estes dois episódios foram preponderantes na minha decisão de me mudar para Cristina/MG em janeiro de 1.978, aliás, no mesmo mês em que foi publicada a matéria na revista “Planeta”.


                                   E foi justamente em razão da referida matéria que dois jovens ufólogos paulistas se interessaram pelo assunto e foram à minha procura em Cristina-MG, para que os conduzisse até o local, o que fiz com grande prazer, dada a qualidade dos equipamentos que portavam. Chegamos próximo ao local por volta de 20:00 horas e estávamos no quintal da casa do meu tio quando eu vi um círculo prateado, com o tamanho aparente de uma lua cheia, descer quase verticalmente e desaparecer atrás da colina após a casa do meu tio. Infelizmente por estarem os dois ufólogos de costas para o evento e dada a rapidez do fenômeno não lhes foi possível visualizá-lo. Nenhum outro acontecimento extraordinário ocorreu naquela noite, embora fôssemos dormir bem tarde, dessa vez hospedados na casa dos meus parentes.


                                   Na manhã seguinte fomos até o local onde aparentemente havia pousado o círculo prateado, coincidentemente o mesmo lugar dos acampamentos anteriores, mas nenhum sinal ou marca foi encontrado. Várias fotografias foram tiradas e retornamos frustrados para a cidade. Dali os ufólogos retornaram para a capital paulista.


                                   Alguns dias depois recebi deles uma carta de agradecimento acompanhada de um relatório e uma das fotografias do local, a qual garantiam os ufólogos não haver sido manipulada artificialmente, vez que haviam revelado o filme em laboratório próprio, tendo lhes causado enorme surpresa a fotografia parcialmente “queimada”, trazendo estranhas formas desenhadas na rocha do solo e um halo de luz que, em se prestando bastante atenção, forma os contornos de um rosto feminino com vasta cabeleira ou véu.  


                                   José Carlos de Paula
                                   Escritor e pesquisador do sobrenatural.
                                   (Ouro Fino/MG, 30 de julho de 2.011).


OBS.: Foto em anexo (COM e SEM destaque).




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