sexta-feira, 9 de maio de 2014



POR QUE ADORADORES DO DIABO MATARAM SHARON TATE ?

A atriz Sharon Tate estava no auge do sucesso, pois havia acabado de estrelar o filme “A Dança dos Vampiros” (The Fearless Vampire Killers), uma comédia de terror de 1.967, dirigida e co-estrelada por Roman Polansky, esposo da atriz.





Roman Polansky e Sharon Tate


Em 1.968 foi lançado o filme “O Bebê de Rosemary” (Rosemary's Baby), um filme norte americano de terror, dirigido e roteirizado por Roman Polanski, tendo por base o romance homônimo de Ira Levin, publicado em 1.967. O filme, em breve resumo, conta a história de um jovem casal, Rosemarey (Mia Farrow) e Guy Woodhouse (John Cassavetes), se muda para um prédio habitado por estranhas pessoas, onde coisas bizarras acontecem. Quando ela engravida, passa a ter estranhas alucinações e vê o seu marido se envolver com os vizinhos, uma seita de bruxas que quer que ela dê luz ao Filho das Trevas.




Antes de se decidir por Mia Farrow, Roman Polanski originalmente tinha em mente sua esposa, Sharon Tate, para fazer o papel de Rosemary. Ela não estava escalada para o papel, mas fez uma aparição sem créditos no filme, durante uma cena de festa. 

Mia Farrow

Além do mais, três anos antes de sua morte, Tate fez o papel de uma bruxa no filme "Olho do Diabo". A conclusão do filme: Um sacrifício de sangue foi necessário para "deixar as coisas bem novamente".




Houve rumores persistentes, alegando que Anton LaVey, o fundador da Igreja de Satanás, desempenhou o papel sem créditos de Satanás durante a cena de impregnação, e também serviu como um conselheiro técnico para o filme. Não há nenhuma prova do envolvimento de LaVey no filme, mas ele esteve, no entanto, ligado à aura do filme de outra maneira: Segundo Susan Atkins (autora do livro “Filha de Satanás, Filha de Deus” e integrante do grupo de Charles Manson denominado “a família”), Manson, um dos assassinos de Sharon Tate, foi um ex-seguidor de Anton LaVey.

Charles Manson

A chacina da mansão Polanski figura entre os grandes crimes da crônica policial dos Estados Unidos e fãs do mundo inteiro ainda se lembram da linda e loura atriz de Hollywood brutalmente assassinada.

Num sábado, 9 de agosto de 1.969, às nove e meia da manhã, a senhora Winifred Chapman, camareira da família Polanski, chegava à mansão em Bel-Air, o bairro mais aristocrático de Hollywood, para cumprir suas funções. Mal havia passado o portão de entrada, encontrou dois corpos no gramado em frente à porta de entrada, na qual estava escrita a palavra “Pigs” (Porcos) com sangue. Dentro da casa havia mais dois corpos inertes e ensanguentados, um deles de uma loura grávida de oito meses, vestindo roupa íntima e com uma corda de náilon enrolada no pescoço.

Liderados por Charles Manson, um ex-presidiário aspirante a músico, que havia criado uma comunidade hippie de jovens seguidores, o grupo havia assassinado Sharon Tate e seus hóspedes com requintes de crueldade, num dos mais bárbaros crimes da história dos Estados Unidos. Além de Manson, os crimes foram cometidos por Charles “TEX” Watson, Patricia Krenwinkel, Susan Atkins e Leslie Van Houten.

A seita de Charles Manson (“a família”) entrou em ação quando a fúria de Mason transbordou em 8 de agosto, e ele decretou que era a hora de Helter Skelter (nome de uma música do último álbum dos Beatles e uma denominação que ele dava a uma série de acontecimentos catastróficos que acreditava provocaria uma guerra racial nos Estados Unidos, do qual ele emergeria como um líder natural).

O motorista Steven Parent foi o primeiro a ser atacado com uma facada no pulso e quatro tiros. Em seguida Watson, um dos membros do grupo, entrou por uma janela e abriu a porta da frente para Atkins e Krenwinkel. Quando Watson sussurrou por Atkins, Wojciech Frykowski, hóspede de Polansky que dormia no sofá da sala de estar acordou e levou de Watson um chute na cara. Quando o polonês lhe perguntou quem era e o que queria ali, Watson respondeu: "Eu sou o diabo e vim aqui fazer coisas do demônio". Atkins explorou a casa, descobriu os outros três ocupantes e, com a ajuda de Krenwinkel, levou todos para a sala. Watson começou a amarrar Tate e Sebring pelo pescoço com uma corda que trouxeram a atirou-a por sobre uma viga da sala. Sebring protestou contra o tratamento a Tate, dizendo que ela estava grávida, e levou um tiro e sete facadas do psicopata. Frykowski foi esfaqueado repetidamente (51 facadas) e morto com dois tiros. Em outra parte da casa, Abigail Folger, esposa de Frykowski, tentava escapar de Patricia Krenwinkel e fugiu do quarto de dormir em direção à piscina. Ela foi perseguida pela assassina que a derrubou e a esfaqueou. Watson juntou-se à ela e os dois esfaquearam a mulher 28 vezes. 


Na sala da mansão, Sharon Tate implorava para ser deixada viva para ter seu bebê e ofereceu-se como refém ao grupo em troca da vida da criança. Atkins e Watson não lhe deram ouvidos e a esfaquearam 16 vezes, várias das facadas na barriga. Anos depois, na prisão, 'Tex' Watson escreveu que Tate gritava "Mãe..mãe...!", à medida que ia sendo assassinada.

Mais cedo, quando o grupo ainda estava no Spahn Ranch, Charles Manson havia dito às mulheres que deixassem um sinal de sua passagem pela casa após os crimes, algo ligado "à bruxaria". Usando a toalha com que tinha amarrado as mãos de Frykowski, Susan Atkins escreveu com o sangue de Tate a palavra "PIG" (porco) na porta da frente da casa. Depois dos assassinatos e voltando para o rancho, o grupo trocou as roupas ensanguentadas e as jogou fora junto com as armas nas colinas pelo caminho.

Inúmeras teorias surgindo ligando o assassinato da Sharon Tate ao filme “O Bebê de Rosemary” é uma das produções mais arrepiantes e aclamadas de Roman Polanski e um dos filmes mais assustadores de todos os tempos. Segundo muitos estudiosos, o sacrifício macabro de Sharon Tate foi uma resposta dos satanistas à revelação de segredos da seita através do filme.




O filme teve como cenário o Edifício Dakota, o qual, juntamente com outros edifícios do Upper West Side, são conhecidos por ser a casa da aristocracia de Nova York (o "dinheiro antigo"). O Dakota também atraiu celebridades, como atores, cantores e escritores. É o "lugar para se estar" para a elite de Nova York.

Falando nisso, a morte de John Lennon é outra peça do quebra-cabeça estranho. O assassinato ocorreu quando John estava caminhando para o Dakota, o prédio onde "O Bebê de Rosemary" foi filmado, e onde ele estava vivendo no momento. Mark David Chapman, o "louco solitário", que matou Lennon é bastante suspeito de ser escravo monarca de controle mental.

Chapman também tinha ligações com altos manipuladores e o estranho círculo de celebridades ocultas.

"Assassino de Lennon, Mark David Chapman, reuniu-se com o amigo de LaVey, Kenneth Anger, um discípulo americano de Aleister Crowley, em Honolulu, no final dos anos 1970. Em 1967, Anger tinha dirigido um filme chamado 'Lucifer Rising', estrelado por Bobby Beausoleil, seguidor de Manson. Outro seguidor e assassino de Tate, Susan Atkins, tinha aparecido com LaVey em performances em uma área de um clube de strip em Los Angeles." (Michael, A. Hoffman, Sociedades Secretas e Guerra Psicológica).

Edifício Dakota
Música "Helter Skelter"

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

ANO DE 1.979: BRUXARIA E FOGUEIRAS




Quando uma cidade brasileira voltou à Idade Média
Popularmente, o termo macumba é utilizado para designar pejorativamente vários cultos sincréticos praticados comumente no Novo Mundo, sob a influência de religiões como o Candomblé e mesmo os cultos indígenas de algumas tribos.
Porém, ainda que macumba habitualmente seja confundida com tais práticas religiosas, os praticantes e seguidores dessas religiões rejeitam o uso do termo para designá-las. A macumba, na acepção mais popular do termo, se refere mais propriamente ao feitiço, ou despacho.
Tanto a Umbanda quanto o Candomblé normalmente trilham suas práticas no caminho do bem, mas existem terreiros que se dedicam também (ou tão somente) à prática da magia negra, fazendo trabalhos que não raro exigem sacrifícios de animais. O sacrifício humano pode ocorrer algumas vezes, como ocorreu no caso ora relatado.
Cantagalo, cidade pacata do Estado do Rio de Janeiro, contava à época com uma população em torno de 15.000 (quinze mil) habitantes. Na época dos fatos, por conta das suas extensas reservas de calcário então descobertas, a região vinha atraindo o interesse de vários grupos internacionais.
No dia 07 (sete) de outubro daquele ano, durante um piquenique, foi sequestrado Antônio Carlos Viana, conhecido como Juninho, uma criança de apenas 2 (dois) anos de idade. Inúmeras buscas foram feitas pela região, mas sem sucesso algum, até que, no dia 14 (quatorze) de outubro foi encontrado o cadáver da criança, sem cabeça e desmembrado.
Durante as investigações em torno do caso a polícia descobriu que rituais eram realizados na Fazenda Bom Vale, de propriedade de Moacir Valente, durante os quais eram sacrificadas crianças, “de preferência louras e do sexo masculino”. O objetivo destes sacrifícios era obter, junto a entidades do mal, vantagens para Moacir Valente em suas negociações com grupos australianos e alemães que pretendiam se associar a ele na exploração das reservas de calcário existentes em suas terras.
Sob a orientação de Pai Ogir ou Ogideir (Ajuricaba Coutinho de Souza), suposto seguidor do que denominava umbanda de Angola, o resultado das negociações com as multinacionais poderia ser favorável a Moacir, desde que este atendesse ao pedido do santo Tranca Rua das Almas, sacrificando uma criança.

A criança foi sequestrada quando estava sob os cuidados de sua tia-avó Maria da Conceição Pereira Pontes, tia de Sandra (mãe da vítima Antônio Carlos) e empregada na fazenda de Moacir. Após o sequestro, Moacir mandou prender a criança num paiol da fazenda, onde a mesma ficou até o dia do sacrifício, quando foi morta por Valdir e Fiote, empregados na fazenda de Moacir Valente..
Segundo o depoimento de Valdir Souza Lima: “No dia 10 eu e o Fiote pegamos o garoto e o levamos para uma figueira que fica na entrada da Fazenda Bom Vale. Lá tem o cercado de arame e, no meio, um altar cheio de imagens. Eu peguei o garoto pelos braços, e o Fiote, com um canivete, cortou o pescoço dele, deixando o sangue derramar numa tigela. A criança deu um gritinho e morreu. Quando já tínhamos tirado todo o sangue, resolvemos esquarteja-lo, cortando os braços e a cabeça. Embrulhamos o corpo num saco de papel e levamos a tigela com o sangue para seu Moacir Valente. Ele bebeu uma parte e mandou que a gente jogasse o resto na cachoeira da fazenda”.

Com a criança desaparecida, todos os esforços para localizá-la haviam se revelado inúteis, levando a polícia a suspeitar que houvesse se afogado em alguma das cachoeiras da região, ou que tivesse sido levada por ciganos, mas não se descobriu nenhuma pista. Até que no dia 14, um tio da criança encontrou os braços cortados e a cabeça jogada num outro canto, próximo a um estábulo da fazenda, e, mais adiante, o corpo com as pernas.
No dia 17, quando Fiote foi preso, já corriam pela cidade as notícias sobre os rituais de magia negra na fazenda. Foi neste dia 17 que Valente decidiu retornar do Rio de Janeiro para Cantagalo, sob a proteção do Coronel Góis, para se apresentar à polícia.
Quase ao mesmo tempo, em Cantagalo, amigos do carreteiro Antonio Carlos Vieira, pai do menino morto, instigavam a população a fazer justiça com as próprias mãos.
Às 19 (dezenove) horas a multidão que começara a se juntar por volta de 15 (quinze) horas já somava quase 2.000 (duas mil) pessoas. Armados de paus, foices, marretas e pedras, rumaram para a Delegacia de Polícia. Apenas 3 (três) policiais civis e 7 (sete) militares lá estavam. Ali também se encontravam presos, em celas separadas, Moacir Valente e Anésio Ferreira (o Fiote).
A multidão forçou a retirada dos policiais e invadiu furiosamente a delegacia, arrebentando tudo o que via pela frente. “Fiote” e Valente foram localizados e brutalmente espancados. Enquanto uns traziam ambos para a rua, outros tratavam de incendiar as viaturas que estavam estacionadas na porta da delegacia.
Segundo Renato Godinho, então delegado de Cantagalo, Fiote e Valente ainda estavam vivos quando foram atirados às chamas.  

(Nota: Fotos do jornal O GLOBO, digitalizadas da revista EROS nº 2 - 2ª quinzena de novembro de 1.979).



                                    Moacir Valente                        Anésio Ferreira (Fiote)
                                         Wilson e Maria da Conceição (implicados nas mortes)


                                        
Os pais de Antônio Carlos 

                                         "Macumba" com galo morto encontrada na Fazenda Bom Vale

Viaturas em cujas chamas foram queimados Valente e Fiote

Jornal da época, tratando do caso.