segunda-feira, 18 de março de 2019

O “ENVENENADOR DO TYLENOL”

O CASO NUNCA FOI SOLUCIONADO




Na década de 80 uma série de envenenamentos trouxe pânico aos consumidores de medicamentos.

O primeiro caso ocorreu em 29 de setembro de 1982, quando uma menina de 12 anos, enferma, residente em Elk Grove Village, Illinois, tomou inadvertidamente um comprimido de Tylenol Extra Forte envenenado com cianureto e morreu algumas horas depois no mesmo dia.

Ela foi uma das sete pessoas que morreram repentinamente após ingerir o popular medicamento, vendido sem necessidade de receita médica, enquanto os chamados “assassinatos Tylenol” ou “Tylenol terrorista” espalhavam o medo por todo o país.

As vítimas, todas da área de Chicago, variavam entre 12 e 35 anos de idade e incluiriam três membros de uma mesma família.

A Johnson & Johnson, empresa fabricante do Tylenol, lançou de imediato um maciço “recall” do produto e ofereceu US$ 100 mil de recompensa por alguma informação que levasse à prisão da pessoa ou pessoas responsáveis e comandou uma das mais bem sucedidas campanhas de relações públicas da história e recuperou imagem em pouco tempo.

Investigadores logo determinaram que as cápsulas envenenadas de Tylenol não haviam sido alteradas nas fábricas onde eram produzidas. Isso significava dizer que alguém subtraíra as caixas das estantes do almoxarifado, trocara os comprimidos por veneno, e os devolvera ao almoxarifado para que então fossem distribuídos nas farmácias e supermercados, onde as vítimas adquiriram os produtos adulterados.

Antes do escândalo “Tylenol Terrorista", o Tylenol era a droga mais vendida entre as que não careciam de receita médica a mais vendida da companhia Johnson & Johnson nos Estados Unidos. Alguns observadores chegaram a especular que o medicamento Tylenol jamais seria capaz de se recuperar do desastre. No entanto, no espaço de meses, Tylenol voltou aos escaninhos das farmácias com um novo envoltório de segurança.

Os “assassinatos Tylenol”, que inspiraram crimes similares envolvendo outros produtos, jamais foram solucionados, embora diversas pessoas tenham sido investigadas. Entretanto, um resultado positivo da crise foi que levou a indústria farmacêutica a desenvolver embalagens à prova de adulteração, que antes do caso Tylenol Terrorista” simplesmente não existia.



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