(Fatos
verídicos)
Desde a minha
mais tenra infância minha mãe, meus tios e meus avós contavam histórias acerca
de fenômenos luminosos que aconteciam no Bairro dos Tocos (situado entre o
Bairro da Beleza e o Bairro da Paciência), no Município de Cristina-MG, terra
da minha família materna.
Segundo me
contavam minha mãe, tios e avós maternos, bolas de fogo voavam baixo no céu e
caiam sobre uma laje de pedra no meio do ribeirão, a uns cinqüenta metros da
casa dos meus avós. Também era comum se ouvirem conversas e ruídos como o
barulho semelhante ao socar de um pilão, além de círculos luminosos sobre a
referida pedra (a revista “Planeta” número 64, de janeiro de
1.978, publicou um relato meu sobre tais eventos). Todavia, referida laje de
pedra acabou partindo-se ao meio, e, a partir de então, os fenômenos cessaram
naquele local.
Porém, não se
extinguiram, posto que os mesmos fenômenos passaram a se verificar numa
cachoeira situada uns três quilômetros rio acima, conforme atestavam inúmeras
pessoas do bairro, cuja idoneidade sempre foi inatacada, dentre os quais alguns
tios e primos.
Intrigado com
tais fenômenos, e curioso por constatá-los pessoalmente, convidei dois amigos
do Tiro de Guerra e partimos de trem até Cristina-MG, em dezembro de 1.977. Da
cidade até o Bairro dos Tocos, naquele município, seguimos a pé por
aproximadamente quatorze quilômetros.
Armamos as
barracas e acampamos no interior de um pequeno bosque, a uns cem metros da
belíssima cachoeira. Jantamos feijoada em lata com pão, conversamos até por
volta de umas 21:00 horas e, cansados da caminhada, fomos dormir. Na manhã
seguinte um dos companheiros de jornada nos informou em pânico que uma bola de
luz azulada, do tamanho de uma laranja, havia circundado a nossa barraca duas
vezes e que ele havia tentado nos acordar, mas não obteve sucesso, pois eu e o
outro colega aparentávamos estar desmaiados.
Todos nós
retornamos para Ouro Fino-MG intrigados. Então planejamos retornar ao mesmo
local uma semana depois e ali pernoitar novamente, mas o colega que teve a
visão da luz se recusou a acompanhar-nos outra vez, de forma que foi
substituído na segunda expedição pelo irmão do outro colega de Tiro de Guerra.
Repetiram-se
a viagem de trem, a caminhada, a montagem das barracas e o mesmo jantar. Fomos
dormir aproximadamente no mesmo horário, tomando o cuidado de revisar as armas
e posicioná-las em local de fácil alcance, já que o local sempre foi
freqüentado por lobos e é, até hoje, passagem de onças. O armamento da primeira
expedição fora reforçado ainda mais na segunda. Ao contrário da semana
anterior, dessa vez chovia sem parar.
Na manhã
seguinte o outro colega de Tiro de Guerra nos relata com espanto que, após
dormir um certo tempo, acordou com a floresta toda iluminada, “parecendo
uma catedral” e que ouviu ruídos estranhos, mas igualmente não
conseguiu acordar nenhum de nós. Afirmou que chegou a chutar a mim e ao seu
irmão em várias partes do corpo para nos acordar, mas não conseguiu, pois
parecíamos estar desmaiados. Convém destacar que ele, assim como nós, estava
calçado de coturno.
Estes dois
episódios foram preponderantes na minha decisão de me mudar para Cristina/MG em
janeiro de 1.978, aliás, no mesmo mês em que foi publicada a matéria na revista
“Planeta”.
E foi
justamente em razão da referida matéria que dois jovens ufólogos paulistas se
interessaram pelo assunto e foram à minha procura em Cristina-MG, para que os
conduzisse até o local, o que fiz com grande prazer, dada a qualidade dos
equipamentos que portavam. Chegamos próximo ao local por volta de 20:00 horas e
estávamos no quintal da casa do meu tio quando eu vi um círculo prateado, com o
tamanho aparente de uma lua cheia, descer quase verticalmente e desaparecer
atrás da colina após a casa do meu tio. Infelizmente por estarem os dois
ufólogos de costas para o evento e dada a rapidez do fenômeno não lhes foi
possível visualizá-lo. Nenhum outro acontecimento extraordinário ocorreu
naquela noite, embora fôssemos dormir bem tarde, dessa vez hospedados na casa
dos meus parentes.
Na manhã
seguinte fomos até o local onde aparentemente havia pousado o círculo prateado,
coincidentemente o mesmo lugar dos acampamentos anteriores, mas nenhum sinal ou
marca foi encontrado. Várias fotografias foram tiradas e retornamos frustrados
para a cidade. Dali os ufólogos retornaram para a capital paulista.
Alguns dias
depois recebi deles uma carta de agradecimento acompanhada de um relatório e uma
das fotografias do local, a qual garantiam os ufólogos não haver sido
manipulada artificialmente, vez que haviam revelado o filme em laboratório
próprio, tendo lhes causado enorme surpresa a fotografia parcialmente
“queimada”, trazendo estranhas formas desenhadas na rocha do solo e um halo de
luz que, em se prestando bastante atenção, forma os contornos de um rosto
feminino com vasta cabeleira ou véu.
José Carlos
de Paula
Escritor e
pesquisador do sobrenatural.
(Ouro
Fino/MG, 30 de julho de 2.011).
OBS.: Foto em anexo (COM e SEM destaque).
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