Como já vos disse nas
postagens anteriores, venho me dedicando ao colecionismo gótico desde 1.976,
quando adquiri as primeiras peças de uma coleção que conta hoje com milhares de
itens. A quantidade é tamanha que, apenas para mostrar algumas peças, percebi
que a apresentação seria praticamente impossível de ser condensada numa única
postagem. Tanto assim que, nas postagens anteriores, dediquei-me ao cinema
(DVD, cartazes, panfletos, fotografia e até objetos foram mostrados) e à
literatura (inúmeros livros e revistas foram igualmente estampados).
Hoje prossigo a mostra
apresentando mais uma parte do acervo, agora trazendo algumas poucas dentre as
inúmeras peças de arte que integram o acervo, especialmente desenhos a nanquim
e pinturas a óleo. Todas as obras aqui expostas são de autoria do colecionador,
exceto uma cuja autoria está indicada ao final desta postagem. As obras do autor
foram todas executadas ao longo das décadas de 80 (desenhos) e 90 (pinturas) do
século passado.
“WHO IS WHO?” é um emblemático esboço que estampa a
face de um leão, o “rei da selva”, cujo símbolo está associado ao sol e
representa no misticismo, o guardião do mundo subterrâneo. O animal que serviu
de base ao estudo é mostrado em uma estátua de proporções naturais que se
encontra entre a Praça da Bandeira e a Praça Santo Antônio, na mística cidade
de Cristina, Sul de Minas Gerais (Brasil). Mais adiante retornaremos ao assunto
em outra obra.
“COMANDO ALIENÍGENA” é um desenho que serviu de base para o
núcleo central da pintura “NAVE MÃE ALIENÍGENA – Parte 2”. Retrata dois
comandantes extraterrenos discutindo planos sobre a superfície de um
determinado planeta. A obra original, composta de duas telas, não é mostrada
nesta postagem. Cumpre-me acrescentar que a ideia do conjunto nasceu de uma
obra inacabada de autoria do saudoso amigo cristinense Gabriel Ferrer Lomônaco,
que foi concluída por este autor e denominada “NAVE MÃE ALIENÍGENA – Parte 1.
“FOBOS & DEIMOS” também é um desenho, obtido através de
uma técnica especial que consiste em se fazer uma série de rabiscos aleatórios
e depois buscar ali alguma imagem, à semelhança do que conhecemos por “pareidolia”.
Encontrada a imagem, seus contornos foram copiados, chegando-se a este
resultado final. Fobos e Deimos , segundo a mitologia grega, eram filhos de
Ares (Marte) e Afrodite (Vênus) e conduziam o carro do Senhor da Guerra.
Personificavam, respectivamente, o “Medo” e o “Pânico”. Os dois únicos
satélites conhecidos do planeta Marte receberam os nomes dessas divindades
gregas.
“ESMERALDA” é um desenho que nos remete à cigana
eternizada no célebre romance “O Corcunda Notre Dame”, de autoria do escritor
francês Victor Hugo, publicado em 1.831.
“CHRISTINA” é um desenho que retrata um vampiro e
sua presa (ou seria o inverso?). Na base do desenho este autor procurou
retratar a cidade de Cristina, no Sul de Minas Gerais (Brasil), usando na
perspectiva o mesmo ângulo visual que se tem da cidade a partir do portão de
entrada do cemitério daquela pequena urbe.
“CUMQUIBUS 1” é uma pintura a óleo sobre tela, mostrando
um leão majestosamente entronizado como “rei dos animais”. Como já foi dito
acima, além de ser um símbolo solar, o leão é o guardião do mundo subterrâneo. Esse
felino soberano simboliza ainda o poder, a sabedoria, o orgulho, a juventude, a
ressurreição, a segurança, a proteção, a justiça. A estátua que serviu de base
à enigmática pintura se encontra ao centro da pequena cidade de Cristina, no
Sul de Minas Gerais (Brasil).
“CUMQUIBUS 2 e 3” são pinturas a óleo sobre tela que
mostram uma pequena igreja, sob duas perspectivas diferentes, encimadas uma
pelo sol e outra pela lua. O Sol representa o ar e o fogo e a Lua representa a
terra e a água. Segundo as tradições orientais, o Sol representa o princípio
masculino, enquanto a Lua representa o princípio feminino, ou noutra linguagem,
o Sol representa o Espírito enquanto a Lua representa a Alma. Espírito enquanto
centelha divina, aquilo que em nós permanece verdadeiramente imortal dentro de
nós. A Alma, por outro lado, é algo profundo, e nesse sentido fica abaixo de
nós em vez de acima. Se o Espírito é o pico de uma montanha, a Alma é um vale,
macio e úmido, repleto de correntes de água, calmante com as suas árvores
verdes. A Alma mantém a ligação com a Terra, mantém-nos ligados e unidos às
pessoas, lugares e coisas através dos laços do amor. Ao casamento místico do
Sol e da Lua dá-se o nome de Taos.
A pequena igreja existe
realmente e se encontra localizada na área rural do Município de Cristina, Sul
de Minas Gerais (Brasil), mais exatamente no bairro que tem o sugestivo nome de
Beleza. A origem da igrejinha, entretanto, decorre de uma tragédia envolvendo ancestrais
do autor. No início do século passado, em data que o autor desconhece, quatro
crianças e um cãozinho retornavam do trabalho na roça ao final da tarde de um
dia chuvoso. Não existia ponte, mas somente uma pinguela rústica logo acima de
uma extensa cachoeira que segue rumo ao bairro denominado Lambari. O caçula,
único menino do grupo, tentou com os pés empurrar o cãozinho para a enchente,
mas foi seguro e arrastado pelo animal. O menino agarrou-se à irmã que o
seguia, que se agarrou à mocinha de quinze anos que a seguia, a qual, por sua
vez, se agarrou à mais velha. Todos foram arrastados pela forte correnteza,
batendo-se contra as pedras da cachoeira. Apenas a mais velha conseguiu se salvar,
em estado de choque e sem fala por vários dias. Os corpos dos três mais novos
foram encontrados pelos camponeses que participaram das buscas. Para o velório,
os colchões foram retirados e os corpos estirados sobre a teia de arame das
camas. Bacias colocadas sob as mesmas recolhiam o sangue que escorria dos
corpos e pingava. Em memória daqueles três infantes, irmãos mais novos do meu
saudoso avô José Luiz de Paula (Zé Vicente) é que foi edificada aquela igreja,
no interior da qual foram colocadas três cruzes de madeira que se perderam com
o tempo. Uma história trágica, mas verídica, hoje desconhecida pela maioria da
população.
Que os anjos os encaminhem
para a Luz!
“VAMPIRO” é uma pintura a óleo sobre tela de
autoria do artista que preferiu se identificar apenas pelas iniciais B.S.,
tendo sido o trabalho executado ao final de década de 70, quando foi adquirido
pelo autor e integrado à sua coleção gótica.
“MARA” é um desenho alusivo ao vampirismo.
Aliás, a palavra “Mara” é o termo iugoslavo para designar uma espécie de
vampiros. O desenho serviu, mais tarde, como capa do livro “VAMPIRO – O FANTASMA
NEGRO”, sendo que outras obras de arte decoram também o livro “VAMPIRO – A BESTA
APOCALÍPTICA”, ambos deste mesmo autor, os quais pode ser adquiridos através do
link abaixo:
Conheça e curta os álbuns da coleção no “MUSEU
GÓTICO” (“GOTHIC MUSEUM”) na página do Facebook indicada abaixo:
Seja bem vindo ao
castelo!
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