Corria o ano de 1.988 e eu ainda cursava o terceiro ano da Faculdade de Direito. Um colega do primeiro de faculdade, sabendo do meu interesse pelo sobrenatural (pesquiso e coleciono temas góticos desde 1.976), me apresentou uma foto integrante que retratava um casal, tendo a sobreposição de uma mulher deitada.
Disse-me ele que era um casal de amantes e que a esposa legítima fora envenenada pelo marido, por influência da amante. Quando o viúvo se casou com a amante, resolveram registrar em foto o evento.
A surpresa veio quando, ao revelar a foto, apareceu em sobreposição o “fantasma” da falecida. Segundo me foi dito o fotógrafo, intrigado com o fato, encaminhou a foto à polícia que interrogou o casal e obteve a confissão. Outra versão dava conta de que, ao ver a foto, o marido arrependido se entregara à polícia, confessando tudo.
Na época fiquei muito interessado pela foto, mas o colega não queria se dispor dela, mesmo porque não lhe pertencia e a tomara emprestado apenas para me mostrar. Eu queria a todo custo ao menos uma cópia daquela foto, mas na época não existiam os recursos que hoje temos (scanner ou mesmo a máquina fotográfica digital para copiar a foto). E as fotocópias eram de qualidade precária.
A única solução era refazer o negativo a partir da foto e duplica-la em laboratório fotográfico, o que levaria alguns dias.
Após muita insistência minha, o colega de faculdade, embora relutante e apreensivo quanto à possibilidade de extravio, me emprestou referida fotografia, da qual obtive em laboratório a cópia abaixo, a qual integra meu acervo particular até os dias de hoje.
Pesquisando mais sobre o assunto, descobri que a fotografia data de 1.949, e consegui localizar na internet seu original, em estado de conservação bem mais precária que a foto que possuo.
A história, ao que tudo indica é real
Uma foto tirada na década de 40 causou mistério e espanto em Monte Alegre de Minas. A imagem era para registrar o dia de um casamento, mas acabou revelando um assassinato. A mulher traída e assassinada pelo marido aparece deitada, sobreposta à imagem do novo casal, formado pelo homem e sua amante, que era amiga dos dois.
A história rendeu uma música à dupla sertaneja Tonico e Tinoco, intitulada “Justiça Divina”. A música que fez sucesso sendo tocada nas rádios AM de todo o país retrata esta história, que agora é contada pela dona Hilda Gervásio Siqueira, de 84 anos, moradora da cidade do Triângulo Mineiro.
Ela, que chegou a conviver com as personagens na sua juventude, falou de um homem que interrompeu drasticamente seu relacionamento com a esposa, grávida, apesar de viverem aparentemente felizes. Eles tinham uma amiga em comum, que era amante do homem. Cansada de ser a outra, planejou a morte da mulher para tomar seu posto.
Mesmo sabendo que a esposa legítima estava grávida, ele a matou asfixiada com um lenço. Os dois arrastaram o corpo até um pasto e enterraram. Na foto a mulher aparece deitada com o lenço na mão.
Após o casamento com a amante, quando o fotógrafo entregou a foto revelada, o marido se assustou e confessou o crime.
Foto foi tirada em 1949
Ao contrário do que diziam as tentativas de elucidar o mistério, naquela época não havia possibilidade de sobreposição de imagens. As máquinas em 1949, eram do tipo em que o fotógrafo precisava entrar por debaixo de um pano e explodia uma pólvora, funcionando como flash.
Especialistas que avaliaram a foto disseram que dá pra perceber uma criancinha no ombro da mulher morta, que seria o bebê que ela estava gerando.
O vídeo
A narração acima tem por base o seguinte vídeo:
A música
Tonico e Tinoco, indiscutivelmente os maiores ídolos da música caipira (não confundir com música sertaneja), ou “moda de viola” como se dizia na época, eternizaram o episódio na música intitulada “Justiça Divina”, cuja letra segue adiante e que poderá ser ouvida no link ao final.
Justiça Divina (Tonico e Tinoco)
(Declamado)
Dois jovem se casava
No Arraiá de São José
Morava a felicidade
No seu rancho de sapé
Um dia por u'a amante
Abandonô sua muié
(Cantado)
E largô da sua esposa
Foi simbora do povoado
Foi vivê com sua amante
Esqueceu o dever sagrado
Um dia a amante falô
Com seu gesto enciumado
Vai dar fim na sua esposa
Pra nois viver sussegado
Já vencido da paixão
Como quem tá enfeitiçado
E matô sua muié
Enterrô num descampado
Vivero assim muitos ano
Como quem fosse casado
Foro tirá uns retrato
Por lembrança do passado
Quando a foto revelou
No retrato apareceu
Entre a amante e o assassino
A esposa que morreu
Toda coberta de flôr
Num caixáo que ele não deu
E um filhinho do seu lado
Que por crime não nasceu
Vendo isto o retratista
Na policia apresentô
Eles fôro condenado
O assassino confessô
Ficaro os dois na prisão
Conforme a lei condenô
Castigo da providencia
Justiça do Creador.
Para ouvir a música clique em:
Com os filmes analógicos não é possível realizar uma sobreposição de imagens? alguém poderia já esta desconfiado do casal e ter armado essa na tentativa de assustá-los e então falar a verdade!
ResponderExcluirIsso se chama fotogenese ...isso já aconteceu comigo...isso nada mais é que a foto do pensamento do marido dela...ele deve ter pensado nela na hora da foto..e seu subconsciente manifestou na foto..isso é raro mais acontece
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